“You are very precisely” dizia-me David Byrne mal disposto comigo num momento em que a pressão da falta de tempo me impelia a dar-lhe ordens que objectivamente deveriam ser por ele cumpridas com o risco de não haver retrato ou de eu ficar em más contas com a Céu Guarda, a minha editora de fotografia do jornal i e também minha querida amiga.
Nem sempre é fácil dar brilho à vida mas entusiasma-me ver aqui a tentativa disso mesmo, no meio da empatia com os retratados, ou falta dela, em sessões fotográficas quase sempre muito apressadas.
Tensas e acanhadas na sua prestação de modelos de ocasião, fotografei muitas pessoas nos dois anos de colaboração com o jornal. Estão aqui algumas. O meu esforço era que no retrato ficassem sempre ilustres. Umas eram generosas, outras, indispostas, outras complexas, outras vaidosas e famosas. Outras traziam virtudes, outras tristezas, outras alegrias, outras eram difíceis, etc., mas no momento em que as fotografava receava sempre falhar.
Hoje dá-me segurança olhar para elas e acreditar numa das coisas que mais gosto, as pessoas. E ficam muito bem na fotografia!