“Na cafetaria da Biblioteca José Saramago, podemos encontrar um conjunto de fotografias de grande escala que, aparentemente, nos porjectam apenas alguns aspectos da experiência lúdica de veraneio. Porém, quando observada com mais atenção, essa série remete-nos para a ideia de uma dialéctica entre simbólicas ancestrais, através dos jogos, do relaxamento, da ordem e da comunhão. Como lugar de natureza em campo aberto, mas também de espaço público informal, a praia surge aqui ainda como metáfora do acampamento militar ou do treino de preparação para o combate, subtil ligação encontrada nos gestos das figuras e no aparato formal do enquadramento das imagens. De outro modo, na série “Trabalho de Campo”, observada no precurso das escadas e na zona de audiovisuais da Biblioteca de Loures, a artista apresenta-nos a singularidade contemporânea da ideia de vizinhança ou partilha territorial, nas tensões traduzidas pela disposição metonímica da arquitectura de habitação, explorando assim a imagem dos terrenos baldios, esses espaços por conquistar.”
David Santos, curador