Este é um dos meus projectos preferidos.
Criei-o para a Revista L+Arte onde foi editado em Agosto 2006.
Dado que ia ser editado no mês de Agosto e que tinha pouco tempo para o desenvolver, fui buscar um local que me era grato, familiar e propício para a época.
Usei um formato e uma abordagem que dominava com a nuance específica na intenção de fotografar estes intervenientes que olhava e encontrava, dirigindo-os. Não queria retratá-los num “instante decisivo” mas sim depurar e reconstruir as situações deste imaginário, com estas pessoas e nesta praia na Costa da Caparica.
Hoje impressiona-me a aceitação que os intervenientes tiveram em ser fotografados por uma estranha, que era eu, com uma máquina fotográfica esquisita e sem saberem muito bem para quê. Eu estava a fazer-lhes um “retrato” e expliquei o que pretendia: aproximadamente o que explico aqui. Disse-lhes para o que era e nenhum se opôs, todos alinharam e todos representaram o seu próprio papel na minha adaptação da realidade e através do meu reforço na encenação natural que estava ali perto de acontecer antes de os encontrar.
Fiz poucas fotografias na altura, pois era o que a paginação me permitia. Elaborei um corpo de sete imagens mas ficou sempre a vontade o continuar. Há projectos que nunca acabam.
Mais tarde o David Santos, então curador, organizou uma exposição comemorativa dos 200 anos das Linhas de Torres, nas 5 cidades das mesmas, com cinco artistas e convidou-me a expor este mesmo trabalho nessa mesma colectiva. Tive um enorme prazer e orgulho em participar.
Há um registo disso aqui na página das exposições.